Melhor coisa foi estar naqueles braços novamente. Aquelas curvas, cheiro e hálito estavam tão diferentes e mesmo assim me chamaram tanta atenção. O desejo ainda estava estampado no rosto dele, nos gestos, olhos e suor. Sentia sua respiração pedindo bis. E seu peito palpitando ansioso sem saber o que fazer com um ar confuso em seu semblante.
Chegou tão sorridente, tão cheio de si. Meu Deus, como amo tal sorriso.
Enquanto conversávamos o vi engolindo saliva. Que arrepio isso me deu. Era tão bom vê-lo nervoso, alterado e descomposto. Isso me deu uma segurança que nem sei explicar o que houve. Esqueci o que passou, pois nem tinha mais importância devido a sua presença ali. Esqueci que o amanhã existiria. Minha vida se resumiu naquele momento.
Cortando cada palavra que pudesse atrapalhar, um foi desafiando o outro.
Quando me puxou com força pra perto dele, quase perdi o chão. Seus braços não são mais tão fortes como aqueles que eu sonhava. Faltava a proteção. Mas aqueles braços, agora franzinos, me davam um ar de insegurança que me tiravam o fôlego. Percebi que quando ele me protege, me dá segurança e amor, eu o amo cada vez mais e que quando me desafia, se insinua e me oferece paixão de uma noite, eu o desejo cada vez mais.
Minha vontade agora é unir o amor e o desejo num só momento. A proteção e a insegurança. Quero um corpo arredio, porém com braços fortes. Braços que me segurem junto dele, façam calar-me, que me protejam feito bolha de ânsias e carinhos. Quero braços que me façam sentir segurança e amor com corpo e atitudes que me façam delirar e desafiá-lo.
Não tenho pressa. Por enquanto, me satisfaço apenas em ver que o tiro do sério, o enlouqueço, o deixo confuso e inseguro.
Com amor ou desejo, carinho ou vontade, presença ou saudade vai fazer sempre parte de mim até o dia em que pó seja meu corpo e terra a minha casa.
